Você sente desconforto ou até repulsa ao ver buracos pequenos e agrupados? Descubra o que é a tripofobia, por que ela acontece e se realmente é uma fobia de verdade.
Introdução: Um medo difícil de explicar
Sabe aquelas imagens com vários buraquinhos juntos, como sementes de lótus, bolhas agrupadas, colmeias ou até furos na pele? Só de pensar, algumas pessoas já sentem calafrios, nojo ou até ansiedade.
Se isso acontece com você, não está sozinho: pode ser que você tenha tripofobia, um fenômeno que, apesar de ainda não ser oficialmente classificado como uma fobia clínica por muitas instituições de saúde, afeta milhões de pessoas no mundo todo.
Mas por que o simples agrupamento de buracos pode causar tanta aflição? De onde vem essa sensação desconfortável? E mais: isso tem cura? É perigoso? É normal sentir isso?
Neste artigo, vamos explorar todas essas perguntas com uma abordagem acessível, humana e científica para você entender de onde vem esse medo incomum e o que pode ser feito para lidar com ele.
O que é tripofobia?
A tripofobia é uma reação de aversão intensa a padrões de buracos ou relevos pequenos e repetitivos. O nome vem da junção das palavras gregas “trýpa” (buraco) e “phóbos” (medo). Apesar de “fobia” estar no nome, não é considerada uma fobia no sentido clínico tradicional, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

A pessoa com tripofobia pode:
- Sentir desconforto visual
- Ter náuseas
- Sentir coceira, calafrios ou agonia
- Experimentar suor, taquicardia ou ansiedade
E tudo isso apenas ao ver imagens com padrões de buracos ou orifícios agrupados, como:
- Cabeças de flores de lótus
- Corais
- Favos de mel
- Esponjas
- Frutas com sementes
- Poros ampliados ou pele lesionada
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O que a ciência diz sobre isso?
Apesar de ser um fenômeno comum e altamente compartilhado na internet, a tripofobia ainda é pouco compreendida pela ciência. Porém, nos últimos anos, diversos estudos vêm tentando explicar as possíveis origens desse medo.
1. Instinto de sobrevivência primitivo
Pesquisadores acreditam que a tripofobia pode estar relacionada a uma reação ancestral de defesa, ligada à sobrevivência. Muitos animais venenosos ou doentes apresentam padrões semelhantes de buracos ou marcas na pele. Assim, o cérebro poderia interpretar esse tipo de imagem como um alerta de perigo biológico.
2. Associação com doenças infecciosas
Alguns estudos mostram que imagens de buracos agrupados lembram lesões cutâneas de doenças como varíola, sarampo ou infecções de pele. Isso pode gerar repulsa automática como um mecanismo evolutivo, para nos afastar de potenciais fontes de contaminação.

3. Resposta visual exagerada
A pesquisa de 2013 de Geoff Cole e Arnold Wilkins, da Universidade de Essex, sugeriu que a tripofobia não é um medo, mas um desconforto visual. Padrões de contraste forte e repetitivos ativariam o cérebro de forma intensa, provocando respostas físicas como enjoo e coceira mesmo sem envolvimento emocional direto.
Como saber se você tem tripofobia?
Ainda não existe um diagnóstico clínico oficial, mas é possível identificar sinais claros por meio da reação emocional e física que você tem ao ver imagens com os padrões característicos.
Você pode ter tripofobia se:
- Sente repulsa ou angústia ao ver imagens com buracos pequenos repetidos
- Fica com coceira, formigamento ou arrepios
- Tem náusea, tontura ou até sudorese
- Evita olhar para esse tipo de imagem
Um dos testes mais comuns para verificar a sensibilidade é o chamado “teste de imagens de tripofobia”, facilmente encontrado na internet. Mas atenção: ele pode ser desconfortável e, em alguns casos, desencadear crises de ansiedade.
Exemplos de imagens que causam desconforto
Abaixo estão exemplos comuns que costumam gerar reações em pessoas com tripofobia (sem imagens aqui, apenas descrição para sua segurança):
- Flor de lótus seca (cheia de buracos circulares)
- Esponjas naturais
- Favinho de abelha
- Frutas como maracujá ou morango em close
- Pele com poros dilatados ou doentes
- Bolhas agrupadas
O curioso é que muitas dessas imagens não representam um perigo real, mas causam forte resposta emocional mesmo assim.
Como lidar com a tripofobia?
1. Evite gatilhos visuais
Se você já sabe que certas imagens te causam desconforto, o ideal é evitar o consumo de conteúdos que incluam esse tipo de padrão, principalmente nas redes sociais, onde essas imagens são frequentemente usadas para “testar” ou provocar reações.
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2. Respiração e técnicas de controle de ansiedade
Caso sinta desconforto, técnicas como respiração profunda, meditação e relaxamento muscular podem ajudar a reduzir os sintomas físicos.

3. Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Se o problema interfere no seu dia a dia, vale procurar ajuda profissional. A TCC é uma das abordagens mais eficazes para lidar com fobias, mesmo as que ainda não são oficialmente reconhecidas.
4. Exposição gradual
Alguns especialistas sugerem a técnica de dessensibilização progressiva, em que o indivíduo é exposto de forma controlada e crescente ao estímulo, até que ele pare de causar a reação extrema.
A tripofobia é normal?
Sim, sentir desconforto com certos estímulos visuais é mais comum do que parece. Algumas pesquisas indicam que até 15% da população mundial pode ter algum grau de tripofobia embora muitas pessoas nem saibam disso até verem uma imagem gatilho.
Você não está sozinho. E mais importante: isso não significa que você tenha um problema psicológico grave.
Curiosidades sobre a tripofobia
- O termo “tripofobia” foi criado em 2005, em um fórum da internet.
- Algumas marcas e campanhas de publicidade já usaram imagens tripofóbicas sem saber, causando polêmicas.
- A Apple teve que alterar o design das câmeras do iPhone 11 Pro porque o visual de suas três lentes causava desconforto em pessoas tripofóbicas.
- Há vídeos e canais dedicados a explorar (ou evitar) esse tema, com milhões de visualizações.
Tripofobia tem tratamento?
Não existe um remédio específico para “curar” a tripofobia, até porque ela não é oficialmente considerada um transtorno fóbico. Mas os sintomas podem ser tratados, principalmente se estiverem ligados à ansiedade, fobia social ou TOC.
Psicólogos e psiquiatras podem ajudar com:
- Diagnóstico adequado
- Técnicas de enfrentamento
- Medicamentos para casos mais intensos de ansiedade
Conclusão: É real, mesmo que não seja visível
A tripofobia ainda é um tema em estudo, mas seus efeitos são reais para quem sente. Não é frescura, exagero ou invenção. É uma reação emocional e física que tem bases neurológicas e evolutivas.
Se você sente esse desconforto, saiba que não está sozinho, não está “doido” e tem como lidar com isso.
A chave é a informação, o autoconhecimento e, se necessário, apoio profissional.
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Resumo
- Tripofobia é aversão a padrões de buracos pequenos e agrupados.
- Não é oficialmente reconhecida como fobia clínica, mas afeta milhões.
- Pode causar náuseas, ansiedade, arrepios e desconforto.
- Possíveis causas: evolução, doenças infecciosas e sobrecarga visual.
- Não é perigosa, mas pode afetar a qualidade de vida.
- Técnicas como TCC e exposição gradual podem ajudar.
- A tripofobia é mais comum do que se imagina.
E você, já sentiu isso?
Você se identificou com os sintomas da tripofobia? Já passou por alguma situação parecida?