De corredores claustrofóbicos a cidades devastadas por zumbis, veja como a franquia Resident Evil transformou o terror nos games e conquistou gerações.
Do medo contido ao caos total
Quem já jogou Resident Evil sabe que o terror ali não é só sobre sustos, é sobre tensão, desespero e escolhas que podem custar a vida do personagem. Mas o que começou como uma história de sobrevivência em uma mansão isolada evoluiu para algo muito maior: uma trama apocalíptica que abalou o mundo inteiro.
Desde 1996, a franquia Resident Evil vem se reinventando, saindo do horror de sobrevivência mais contido até alcançar a ação intensa em cenários devastadores. Neste artigo, vamos explorar como essa jornada foi construída o que mudou, o que permaneceu e, principalmente, por que Resident Evil ainda nos aterroriza (e fascina) quase 30 anos depois.
O nascimento do terror: a Mansão Spencer (Resident Evil 1)
Tudo começou em uma mansão misteriosa nos arredores de Raccoon City. Em Resident Evil, lançado em 1996 para o PlayStation, acompanhamos os membros da equipe S.T.A.R.S. investigando o desaparecimento de colegas e encontrando algo muito pior.

Elementos marcantes do início da franquia:
- Câmeras fixas: criavam tensão e limitavam a visão do jogador.
- Ambiente fechado: cada corredor parecia uma armadilha.
- Recursos escassos: pouca munição, poucos itens de cura.
- Zumbis clássicos: lentos, mas mortais.
O jogo definiu o gênero survival horror e nos apresentou ao medo mais puro: estar preso, indefeso e sem saber o que vem na próxima porta.
A ameaça cresce: de Raccoon City ao laboratório (Resident Evil 2 e 3)
Com Resident Evil 2 (1998), o foco saiu da mansão e foi para as ruas de Raccoon City. Agora, o terror não era mais isolado, ele havia se espalhado por toda a cidade.

- Mais personagens jogáveis (Leon e Claire)
- Introdução do G-Virus e vilões mais complexos (Birkin, Mr. X)
- Expansão da mitologia da Umbrella Corporation
Já em Resident Evil 3: Nemesis, o jogador era perseguido o tempo todo por uma criatura incansável. Nemesis mudou o jogo, trazendo uma tensão constante com seu icônico “STARS…”.
Essa fase marcou uma virada: o terror se tornou urbano, caótico e implacável.
Ação em alta: Resident Evil 4, 5 e 6
Em 2005, Resident Evil 4 revolucionou a franquia. Saiu o terror lento, entrou a ação cinematográfica:
- Câmera sobre o ombro
- Combate mais fluido
- Vilões inteligentes (como Los Ganados)
- Ambiente rural europeu com clima sombrio

Apesar das mudanças, RE4 manteve o equilíbrio entre ação e horror. Foi um sucesso tão grande que serviu de base para diversos outros jogos da indústria, inclusive Gears of War e Dead Space.
No entanto, com Resident Evil 5 e 6, a balança pendeu totalmente para o lado da ação:

- Cenários explosivos
- Combate cooperativo
- História em escala global
A crítica se dividiu: muitos acharam que a essência do terror havia sido perdida, enquanto outros elogiaram a jogabilidade refinada. Ainda assim, foi um período em que Resident Evil se tornou uma franquia de blockbuster.
O retorno às origens: Resident Evil 7 e o renascimento do medo
Em 2017, a Capcom decidiu voltar às raízes e o resultado foi um dos jogos mais assustadores da década. Resident Evil 7: Biohazard trouxe:

- Perspectiva em primeira pessoa
- Ambientação sufocante (Casa da Família Baker)
- Terror psicológico e corporal
- Nova narrativa, mas ainda conectada à franquia
Foi o jogo que recuperou a identidade original da série, com foco no medo, na sobrevivência e na vulnerabilidade do jogador. Com uma história mais íntima, mas cheia de reviravoltas, RE7 mostrou que ainda havia muito o que temer na escuridão.
Horror moderno: Resident Evil Village
Resident Evil Village (RE8) levou o terror a um novo patamar, misturando horror gótico com ação intensa. Vampiros, lobisomens, cultos e castelos substituíram os zumbis clássicos, criando um universo sombrio e visualmente deslumbrante.

Mesmo com um tom mais fantasioso, o jogo manteve:
- Atmosfera inquietante
- Surpresas inesperadas
- Personagens icônicos como Lady Dimitrescu
- Vínculos com RE7 e a família Ethan Winters
A Capcom conseguiu inovar sem perder a essência, mostrando que a franquia ainda sabe como assustar e surpreender.
A mitologia da Umbrella: o verdadeiro terror
Por trás de todos os jogos, há um fio condutor: a Umbrella Corporation e sua sede por poder científico. Seja o T-Virus, G-Virus ou o Las Plagas, a ideia de que o apocalipse veio de mãos humanas é o verdadeiro terror.
Por que isso funciona?
- É crível: a ciência fora de controle é um medo real.
- Gera tensão: não sabemos quem são os mocinhos ou vilões.
- Evolui com o tempo: novos vírus, novas mutações, novos horrores

O terror da franquia não é só dos monstros, é da manipulação, do ego e da ganância humana.
Remakes: nostalgia com qualidade moderna
Nos últimos anos, a Capcom acertou em cheio com os remakes de Resident Evil 2, 3 e 4. Esses jogos não só trouxeram gráficos de ponta, mas também:
- Roteiros reestruturados
- Novas mecânicas de gameplay
- Expansão de histórias secundárias
- Atmosferas mais densas e sombrias
Os remakes resgataram a essência original com a tecnologia atual, agradando tanto novos jogadores quanto veteranos.
Por que Resident Evil continua sendo relevante?
- Reinvenção constante sem perder identidade
- Mitologia rica e coerente ao longo dos jogos
- Mecânicas que se adaptam ao tipo de terror desejado
- Remakes que respeitam o passado e melhoram a experiência
- Terror que mistura ciência, ação e emoção
- Personagens marcantes com evolução narrativa
- Alternância entre estilos: mansão, cidade, laboratório, mundo aberto
- Atmosferas cuidadosamente construídas e inesquecíveis
Conclusão: do terror pessoal ao horror coletivo
Resident Evil começou com medo nos corredores de uma mansão e hoje abrange o terror de um mundo inteiro ameaçado pela ambição humana. Essa trajetória mostra como o verdadeiro horror está na transformação dos lugares, das pessoas e da própria franquia.
O segredo do sucesso de Resident Evil está em saber quando mudar, quando arriscar, e quando voltar ao que mais assusta: o desconhecido.
E pra você, qual fase foi a mais assustadora?
Você prefere o terror claustrofóbico dos primeiros jogos ou a ação frenética dos mais recentes? Conta aqui nos comentários e compartilhe esse artigo com outros fãs da franquia. O apocalipse pode ser inevitável… mas sempre há tempo para reviver esse clássico!
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