Home / Cinema / ANTI-HERÓIS: DESCUBRA O PORQUE AMAMOS

ANTI-HERÓIS: DESCUBRA O PORQUE AMAMOS

Descubra por que os anti-heróis conquistam tantos fãs. Entenda os fatores psicológicos que nos fazem torcer por personagens moralmente ambíguos e até nos identificarmos com eles. 

O estranho fascínio por quem não é nem herói, nem vilão

Você já se pegou torcendo por alguém que mente, engana ou até mata? Se sim, não está sozinho. De Walter White a Tony Soprano, de Deadpool a BoJack Horseman, os anti-heróis se tornaram protagonistas cada vez mais presentes e amados na cultura pop. 

Mas… por que sentimos empatia por personagens tão problemáticos? Por que eles nos atraem mais do que heróis certinhos e perfeitos? 

Neste artigo, vamos explorar:

  • O que define um anti-herói 
  • As razões psicológicas por trás da nossa identificação com eles 
  • Exemplos marcantes da TV, cinema e games 
  • Como o conceito de moralidade molda essa relação

Prepare-se para mergulhar na mente e no coração dos personagens mais complexos da ficção. 

O que é um anti-herói, afinal?

Um anti-herói não é um vilão. Mas também não é um mocinho tradicional. Ele quebra as regras, age por motivos pessoais e muitas vezes tem um passado sombrio. Ainda assim, conseguimos nos conectar com ele. 

Definição simplificada: Anti-herói é o personagem que faz coisas erradas pelos motivos certos ou ao menos, compreensíveis. 

Ao contrário do herói clássico que representa virtude, honra e justiça, o anti-herói erra, sofre, mente, trai, mas raramente o vemos como um verdadeiro vilão.

A psicologia do anti-herói: Por que gostamos tanto deles?

1. Eles são humanos como nós 

Ninguém é perfeito. E os anti-heróis refletem nossas falhas, dilemas e contradições. Isso cria identificação imediata. 

“Vejo em Walter White o pai frustrado, o trabalhador explorado, o ser humano em crise. E isso me conecta com ele.” 

Reprodução: Pinterest

2. Eles representam liberdade 

Anti-heróis não seguem regras sociais rígidas. Eles fazem o que precisam fazer, mesmo que isso os torne odiados. Para muitos de nós, isso soa como libertador quase uma catarse. 

3. Eles enfrentam dilemas morais reais 

Enquanto heróis tradicionais têm respostas fáceis, anti-heróis estão sempre em zonas cinzentas. Suas escolhas nos fazem pensar, questionar, refletir

Exemplo: Você entregaria um criminoso se isso arruinasse sua família? Jimmy McGill (Better Call Saul) não. 

4. Gostamos de redenção ou da tentativa dela 

Todo mundo merece uma segunda chance. E ver um personagem tentando melhorar (mesmo que fracasse) nos inspira ou nos conforta

5. Eles subvertem a narrativa tradicional 

Estamos cansados de histórias previsíveis. Os anti-heróis trazem reviravoltas, tensão e complexidade ingredientes perfeitos para engajamento emocional.

Exemplos icônicos de anti-heróis que amamos

Walter White (Breaking Bad) 

Começou como um professor desesperado e terminou como um dos maiores traficantes da TV. E mesmo assim… a gente torcia por ele. 

Coringa (Joaquin Phoenix) 

Um retrato cruel de como a sociedade marginaliza pessoas com transtornos. A dor de Arthur Fleck fez muitos sentirem pena e até empatia. 

Kratos (Deus da Guerra) 

Assassino brutal, deus da guerra, pai em reconstrução. Kratos é o exemplo perfeito de como o passado não define o futuro

VEJA TAMBÉM OS 10 MOTIVOS QUE FAZEM OS VILÕES SEREM AMADOS

BoJack Horseman 

Depressivo, narcisista, tóxico… e humano. O desenho animado mostrou com profundidade os dilemas psicológicos de alguém tentando, sem muito sucesso, ser melhor. 

Dexter Morgan 

Um serial killer… que só mata assassinos. A ambiguidade moral de Dexter nos faz questionar: existe justiça fora da lei?

Estudos psicológicos explicam a atração

Diversas pesquisas em psicologia social e comportamental sugerem que nós nos conectamos mais com personagens imperfeitos do que com os perfeitinhos. 

Teorias envolvidas: 

  • Teoria da Identificação: Quanto mais parecido o personagem for conosco em falhas e dilemas, maior nossa empatia. 
  • Teoria da Catarse: Viver emoções extremas (ódio, raiva, vingança) por meio de personagens fictícios alivia tensões internas. 
  • Teoria da Dissonância Cognitiva: Mesmo que saibamos que o anti-herói faz coisas erradas, racionalizamos seu comportamento com base no contexto emocional. 

Anti-herói x Vilão: Qual a diferença?

Característica Anti-herói Vilão 
Intenção Egoísta, mas compreensível Maliciosa ou destrutiva 
Empatia do público Alta Baixa (salvo exceções) 
Arco de personagem Pode buscar redenção Raramente muda 
Moralidade Ambígua Claramente imoral 

Os anti-heróis e a era do streaming

Com o crescimento do streaming, o público passou a consumir narrativas mais complexas, o que abriu espaço para personagens ambíguos. As plataformas perceberam que anti-heróis geram:

  • Discussão nas redes sociais
  • Fidelidade do espectador
  • Exploração de temas mais adultos

Por isso, personagens como Joe Goldberg (You), Geralt de Rívia (The Witcher) e Tommy Shelby (Peaky Blinders) ganham tanto destaque.

Reprodução: Netflix

Representatividade: anti-heroínas também estão em alta

Não são só homens que ocupam esse papel. As mulheres também têm se destacado em anti-heroínas fortes, complexas e, muitas vezes, moralmente ambíguas. 

Exemplos marcantes:

  • Villanelle (Killing Eve): assassina elegante e carismática. 
  • Nina (Cisne Negro): retrato da obsessão pela perfeição. 
  • Ruth Langmore (Ozark): uma sobrevivente crua, intensa e feroz. 
  • Wanda Maximoff (WandaVision): de heroína a vilã trágica movida pela dor.

A moral da história: Por que amamos anti-heróis?

Porque eles são espelhos distorcidos de nós mesmos.

  • Eles erram como nós 
  • Sofrem como nós 
  • Querem ser amados, mesmo quando não sabem como

E no fundo, cada vez que vemos um anti-herói em cena, não é a maldade que nos atrai, mas a humanidade por trás das falhas.

Conclusão: Amar anti-heróis é mais normal do que parece

Eles nos mostram que ninguém é 100% bom ou mau. Que até mesmo os que erram têm histórias, traumas, escolhas difíceis. E que, no fim, todos queremos ser compreendidos, mesmo quando falhamos

Por isso, da próxima vez que você torcer por alguém “do lado errado”, lembre-se: talvez você só esteja vendo a parte mais verdadeira do ser humano aquela que não cabe nas caixinhas de herói ou vilão. 

Compartilhe esse post com aquele amigo que AMA um personagem problemático.

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *